terça-feira, 23 de julho de 2013

Biografia banda Raimundos

Olá pessoal,vejam abaixo a biografia da banda Raimundos

A história da banda começa em Brasília mais ou menos em 1987. Nesta época, os vizinhos Rodolfo (voz e guitarra) e Digão (bateria) passaram a se reunir para jogar conversa fora e tocar as músicas de seu grupo favorito - os Ramones. "O nosso amplificador era tão ruim que ficava igual" lembra-se Rodolfo. Digão era influenciado por um som pessado e meio hardcore, principalmente pelo o grupo Dead Kennedys. "Bedtime For Democracy" sendo o seu album favorito. Mas que banda de rock nao tem um baixista?!?!? 

Rodolfo decidiu chamar Henrique Canisso (atual baixista da banda) para tocar com eles. Os dois achavam que ele iria dar um bom visual para banda. Com a entrada de Canisso na banda, o 
negócio começou a ficar um pouco mais sério e as primeiras composições começaram a surgir. A coisa continuou assim, aos "trancos", por cerca de três anos. 

Foi no reveillon de '88, na casa do amigo Gabriel (atual vocalista e guitarrista da banda Little Quail) que os Raimundos tiveram a chance de tocar pela primeira vez, em frente de um pequeno publico. O Fred (atual baterista da banda) era umas das pessoas na plateia que assistia aquele show "arretado". "Eu lembro que eles tocaram covers de bandas que eu gostava muito naquela época, além de músicas próprias com letras interessantes" diz Fred no video da Cesta Básica. "Já era 'forró-core' na época. A gente tocava uma música nossa, uma do Zenilton (o forrozeiro pernambucano favorito deles) e um monte dos Ramones" diz Rodolfo. O som nordestino, mais presente no primeiro disco dos Raimundos, é algo muito antigo. <Figura>"Minha família é da Paraíba, e eu me lembro que desde os dez anos, eu sempre ia naqueles churrascos com os meus pais. Tocava forró o tempo inteiro, e eu achava aquilo um saco. Só gostava das músicas do Zenilton, por causa das letras sacanas, achava aquilo muito fera", explica Rodolfo numa entrevista da Showbizz. "O pai do Rodolfo usava um disco do Zenilton para abanar o churrasco", explica Canisso. "Foi apartir das músicas dele que a gente começou a fazer essas misturas. A próxima atuação da banda foi sua divulgação - faziam shows em pequenos bares em Brasília, e também tocavam em festas. "Existia um estigma em Brasília, sempre que tinha uma festa e os Raimundos iam tocar, a festa lotava" explica Fred. As coisas ficaram assim, meio incerta, por dois anos - até a separação. Em 1990 quando as coisas estavam engrenando, eles resolveram parar por um tempo. Cada um foi cuidar da sua vida. Canisso foi estudar Direito (Universidade de Brasília) e virou pai (Mike e Laura), Digão resolveu abandonar as baquetas (devido a problemas auditivos - estava ficando surdo) e se dedicar à guitarra, deixando Rodolfo livre para ser o vocal em uma banda chamada 'Royal Straight Flesh'. Foram todos procurar 
empregos. "A separação nos fez bem. Todos crescemos muito e chegamos à conclusão de que queríamos ser músicos mesmo", afirma Digão. "Foi ficando uma merda tão grande que a gente não aguentou e parou", diz Rodolfo. Nessa epóca, (1989/90) o lance em Brasília era heavy metal. Eles tentaram chegar nesse potêncial, mas não conseguiram. 


Em '92 surgiu um convite para tocar em um bar de Goiânia e todos gostaram muito da idéia. Porém, como a banda não tinha mais baterista (Digão agora era guitarrista , deixando Rodolfo livre para os vocais). Nas baquetas, uma bateria eletrônica. Fazer shows com aquilo não era tão fácil. "Arrumaram um show pra gente em Goiânia. Levamos tudo preparado na eletrônica, pois a mesma batida dava pra todas as músicas dos Ramones. Só que por um problema de impedância , o negócio tocou tudo diferente", explica Canisso. 

Um pouco depois de tudo isso (ainda em '92), Fred (atual baterista da banda e fã na época) foi chamado para ser parte da banda. "O Fred entrou na banda e logo se adaptou. Tirou todas as músicas na bateria, começamos a fazer shows, no ano seguinte já gravamos a demo, e estamos nessa correria até hoje", conta Rodolfo. A fita demo do grupo gravada em 1993, levou o mesmo nome da banda, e continha quatro músicas: "Nêga Jurema", "Marujo", "Palhas do Coqueiro" e "Sanidade" - esta inédita em álbuns até hoje. E como qualquer banda, eles começaram a ser divulgados. 

<Figura>Uma dessas fitas demo, foi parar nas mãos dos Titãs que acabaram convidando os Raimundos para abrir alguns shows no Rio de Janeiro. Com isso, fãs e a atenção das grandes gravadoras começaram a aparecer e cada vez aumentando. Os Raimundos chegaram a abrir shows para o Camisa de Vênus (que sempre foi uma grande influência para a banda) e Ratos de Porão no Circo Voador. O número de fãs foi aumentando rapidamente. Foi no festival Junta Tribo, realizado pelo fanzine Broken Strings na Unicamp (universidade de Campinas) que a banda começou realmente a chamar atenção. Durante três dias, cinco mil pessoas e dezessete bandas independentes se reuniram para gastarem todas suas energias. "O engraçado é que eu mesmo liguei pedindo pra gente tocar", conta Fred. "Nosso nome não estava nem no cartaz" . Apartir desse show, um muito sagrado para a banda, pessoas do Brasil enteiro ficaram encantado com esse novo som safado! Só quando os Titãs tiveram a abençoada idéia de criar seu própio selo, o Banguela, é que os Raimundos "cederam". Outras gravadoras também tinham feito várias ofertas, mas a maioria exigia que a banda "diminuisse" a intensidade do som e "suavizasse" as letras. nada que agradasse eles. "Várias delas nos procuraram querendo mexer no nosso som , censurar as letras e diminuir a intensidade . Podíamos estar agora cheios da grana e infelizes , mas preferimos recusar as propostas". O jornalista e radialista brasiliense Carlos Marcelo, tendo uma cópia da fita demo em mãos, entrou em contato com um amigo jornalista da revista musical Bizz , ninguém menos que o Carlos Eduardo Miranda,que conta: "eu escutei aquela fita e já entrei em contato com os caras , falei pro Fred vir para São Paulo , que a gente precisava conversar, pois já existia alguns planos sobre o selo Banguela , mas nada estava certo ainda. Então a gente se encontrou, já ficamos amigos". Foi assim, após um acidente com Fred (ele se jogou do palco no último show com os Titãs e abriu um racho gigantesco na cabeça) que a banda finalmente começou a gravar seu primeiro disco. A partir daí a banda passa a morar em São Paulo, já que nenhuma gravadora teria condições de ficar bancando as viagens para Brasília. No início eles ficaram hospedados na casa do Carlos Eduardo Miranda, onde tiveram que dormir no chão. Mas não por muito tempo. 

O disco de estréia, lançado em Maio 1994, com o titulo "Raimundos", foi gravado no estúdio Be Bop em São Paulo e produzido por Carlos Eduardo Miranda (o diretor artístico do selo Banguela). Esse primeiro disco trazia o som que se transformaria em marca registrada do grupo: o "forrócore". Rock pessado, quase hardcore, agregado a ritimos nordestinos como forró e baião, servia de pano de fundo para letras bem humoradas, com muito sexo e escatologia. O álbum Raimundos trazia músicas como Puteiro em João Pessoa sobre a iniciação sexual de um menino com uma prostituta, Minha Cunhada e Bicharada. Mas o hit do disco, já em 1995, foi Selim , uma música que lembrava o som de outro grupo de sucesso da época, os Mamonas Assassinas. Os Raimundos repudiaram o sucesso de Selim, a faixa mais leve do disco. "No começo, pensamos que nossa música não era tocada nas rádios por causa dos palavrões", diria Canisso. "Ai veio Selim, que é a música mais nojenta do mundo e, porque é brega, todo mundo toca." O hit puxou as vendagens do álbum, que chegou a mais de 250 mil cópias vendidas. Raimundos foram os primeiros a conseguir vender tantas cópias no selo independente Banguela em poucas semanas (foram 120 mil) Na imprensa, os Raimundos se defendiam dos que reclamavam das letras explícitas: "Muitos grupos chulos usam palavrão para ofender", diria Canisso. "Para nós, eles entram porque fazem parte da história." Também rejeitaram as comparações com os Mamonas Assassinas. "Eles fazem do trabalho uma grande piada", diria Digão. "Nós apenas escrevemos algumas canções com bom humor". E não demorou muito para conseguir o primeiro lugar nas FMs. As letras irreverentes como "Selim" e "Puteiro em João Pessoa" (as mais tocadas), enfrentaram problemas com a censura. Na cidade de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, certas palavras chegaram a ser proibidas de ser executadas e eram subistituidas por um "bip". Em 1992, no primeiro ano em que a banda saiu em busca de sucesso, rodaram mais de 30 mil quilômetros pelo Brasil e chegaram a realizar cerca de 60 shows, em apenas sete meses. Foi com a música "Nega Jurema" que surgiu o primeiro video clip, direcionado por Eduardo Bellmonte. Apesar do clip esta meio tosco, devido a pedidos do público, o clip participou da escolha da audiência na MTV, para representar o Brasil nos Estados Unidos. Infelizmente, perdeu para o Sepultura, com o clip de "Territory" (Em '97, no MTV Music Video Awards, os Raimundos perderam de novo para o Selputura na categoria de melhor clip de Rock). O resto do ano foi basicamente muita correria: teve o M2000 festival (um show bem importante para banda), Philips Monsters of Rock realizado em São Paoulo, a banda participou da turnê Acid Chaos (bandas como Sepultura e Ramones) etc...(a lista seria bem grande se eu listase tudo que eles fizeram em '94) 

A popularidade da banda cresceu com o lançamento do segundo disco Lavô Tá Novo, pela Warner, em Novembro de 1995. O album é produzido pelo o americano Mark Dearnley, que já trabalhou com grandes nomes do heavy metal e do hard rock como AC/DC, Black Sabbath e Def Leppard. . As letras são de baixo calão, populares e com um som pesado para adolescente nenhum botar defeito. A exemplo dos Mamonas Assassinas, que vieram na trilha aberta pelo o primeiro CD dos Raimundos, o grupo tira inspiração para seus "poemas" de temas brasileiros, como uma versão thrash para o clásico popular "Esporei na Manivela" que contém humor de vestiário de adolescentes. 

Havia, porém, uma diferença. O som da banda estava mais pesado, com menos destaques para os ritimos nordestinos. "Sempre nos concideramos uma banda de rock", diria Fred, comentando o trabalho. "A maioria das pessoas que curtem a gente gosta de música pessada", completa Rodolfo. Guitarras distorcidas davam o tom em Pintando no Kombão, Esporrei na Manivela e Eu Quero Ver o Oco. Mesmo assim, o maior sucesso em rádio seria uma música mais lenta: I Saw You Saying. O pesso ficaria mais presente em duas apresentações em 1996. Chegaram a estar na capa da revista Bizz (atualmente Showbizz) ganhando o "Prêmio Bizz 94" (confira a reportagem na pagina de entrevista), participa do Primeiro Video Music Awards Brasil (confira a colocação na pagina de MTV Awards), participa de seu primeiro Estúdio ao Vivo na rádio Transamérica etc... Segundo Digão, o som do segundo disco continuava o mesmo: "A gente tomou um banho, colocou um perfuminho, escovou os dentes, mas o cheiro continua idêntico." 

Em janeiro de '96, eles tocaram no Hollywood Rock, na mesma noite de Urge Overkill e Jimmy Page & Robert Plant. Em março de '96, os Raimundos tiveram a oportunidade de ir tocar em Granada, num festival chamado Esparrago, um dos mais tradicionais festivais alternativos da Espanha. Eram cinco dias, sendo que mais importante era um showcase para a imprensa em Madri e o festival Esparrago; e é claro, umas meia dúzias de entrevistinhas. Foram três dias de shows. Os Raimundos também chegaram a se apresentar no programa "Xuxa Hits" da rede Globo. Começaram com I Saw You Saying e chegaram a tocar até Ilariê. Mas a consagração mesmo veio na terceira edição do Monsters of Rock, em agosto (confire a pagina de links para mais informação). "No show do Hollywood Rock, a moçada era menininhas, surfistas, playboys", diria Rodolfo. "No Monsters, a galera era animal." O público do Monsters of Rock catou de ponta a ponta todas as músicas dos Raimundos, a única banda brasileira no festival, que reuniu 40 mil pessoas no Pacaembú. O evento teria ainda a precença de Iron Maiden e Motorhead, entre outros. No mesmo ano, participam de vários programas na MTV, vestivais, apresentações, etc... (confire a página de curiosidades) 

Depois de vender mais de 250 mil cópias de Lavó Tá Novo, os Raimundos lançam Cesta Básica, gravado pela Warner(o segundo pela mesma gravadora), um EP de vinte nove minutos de ótimo som com músicas inéditas como "A Sua", "Papeau Nury Doe", e "Infeliz Natal", composta há quase dez anos, quando o guitarrista Digão fazia parte da banda punk Filhos de Menguele, faixas ao vivo de Be-A-Bá, Palhas do Coqueiro, Cajueiro/Rio das Pedras e Esporrei na Manivela, remixes de Puteiro em Jão Pessoa e alguns covers muinto especiais. Entre eles, Merry Christmas(Ramones) e Bodies(Sex Pistols). Todas as duas foram músicas escolhida pela a banda porque sam músicas que eles gostam. Ia também ter How Will I Laugh Tomorrow, da banda Suicidal Tendencies, mas Rodolfo esplica que quando tentaram tocar ficou uma merda. Os fans poden comprar o album separadamente, ou então como parte de um pacote apenas os primeiros oito mil CDs fabricados fazem parte de uma edição limitada em formato de caixa que inclui ainda um video com bastidores de 48 minutos idealizado, filmado e editado por Canisso, clipes e cenas de shows, e uma safada revistinha chamada Puteiro em João Pessoa, criado pelo cartunista Angeli. <Figura> Era só questão de tempo para que os membros da banda, Rodolfo, Digão, Canisso e Fred, virassem personagens de revista em quadrinhos. Angeli, fã e ao mesmo tempo, ídolo da banda, transformou a garotada em personagen en quadrinhos. Angeli, famoso pela extinta revista "Chiclete Com Banana" e o pai de personagens hilariantes como Bob Cuspe, Rê- Barbosa e Os Escrotinhos. Rodolfo, como o adolecente virgem, está impagável. Segundo Fred, o conjunto completo servia como uma apresentação para novos fãs: "Queríamos reunir todo o material dos Raimundos em um só pacote. Cesta Básica é para aquele público que começou a gostar do grupo depois do segundo disco". 


Os Raimundos ficaram desde maio ate agosto de '97 em Los Angeles gravando e mixando o terceiro disco chamado "Lapadas do Povo". "Cesta Básica" (CD lançado no final do ano passado) não é um dico de crreira - explica o baterista Fred. Fred também explica a origem da foto que ilustra a capa de "Lapadas do Povo", com o reflexo de uma vam na traseira de um caminhão inflamável. - Esse é um disco explosivo (fala com risos). A foto foi tirada daquela van numa auto-estrada californiana por um rodie da gente. As três placas do tal caminhao se referem as datas do ínicio e fim das gravacões do trabalho - 01/06 e 04/08. A banda armou sua barraca sob o sol Californiano durante dois meses. Esse disco estava nas lojas no dia 23 de outubro. A produção desse disco foi novamente com o produtor yankee Mark Dearnley, o mesmo de "Lavô Tá Novo". Desta vez no estúdio Sound City, onde se pode encontrar bandas como Nirvana, Rage Against The Machine, Red Hot Chili Peppers e vários outros incluindo os Raimundos. O material do novo projeto é mais pessado, com mais arranjos e menos palavras de duplo sentido. O grupo voou para Los Angeles com apenas quatro das 13 composições do CD - alêm de uma faixa bônus - finalizadas. O novo disco trará letras repletas de bem sacados jogos de palavras como "Andar na Pedra", "Nariz de Doze" e "Ui, Ui, Ui". Tambem de novidade, a canção "Baile Funk" alfineta aspectos da distorção social. "É na igreja que o povo esvazia as bolsas/ A justiça não me olha porque é cega/ Eu falei que o ladrão que rouba mesmo é bem vestido e eu vi de monte" é um trecho das letras de Rodolfo. Os rapazes fizeram até uma canção para o baxista Canisso, 32 aninhos. Que amizade! Por sugestão do Mark Dearnely, eles gravaram "Oliver's army" (Elvis Costello) e ainda pegaram uma antiga versão de "Ramona", dos Ramones, batizada da "Pequena Raimunda". Desta vez, muito das letras foram compostas por Digão e Rodolfo. Todos estão loucos para voltar a fazer shows.


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